quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dia 16/12/2010 - Argentina afinal !

Levantamos às 06:00 h e fomos tomar o café do hotel que, posso descrever como "honesto".
Conversamos bastante enquanto eu admirava os quadros na parede com fotos antigas da Europa, especialmente um deles com um viaduto nos Alpes, que para a época era muito avançado mesmo (concluí ser da década de 60, pelos carros). Terminado o café fomos lubrificar as correntes das motos antes de colocarmos toda a bagagem de volta. Saímos do Hotel por volta das 07:30 h (acho que o André teve de completar o óleo da Suzi dele).

Sabíamos que até a hora do almoço faríamos os 420 km até Medianeira, onde iríamos visitar o Marcelo Gulbert..
De fato conseguimos, o tempo melhorou e apesar de nublado, não choveu e a temperatura estava agradável. O único percalço foi o cabo alimentador do meu GPS que desrosqueou a ponta, tendo a mola interna voado na estrada.  Passei o resto da viagem usando o GPS nas pilhas.
No dia anterior, o André havia me alertado que os suportes laterais dos alforges estavam vibrando muito. Coloquei alforges maiores e os suportes começaram a sofrer, já havíamos decidido que iríamos resolver isto em Medianeira. O deslocamento foi tranquilo, as piadas do André continuaram claro, até que em um pedágio onde havia duas garotas na cabine, eu paguei e quando estava saindo, a que estava em pé fez um movimento para tirar a blusa, eu avisei o André que ia ainda parar para pagar. Eu não vi, mas ele jura que a menina tirou a blusa e  o que estava por baixo também!

Entramos em Medianeira por volta das 12:30 h e claro, fomos muito bem recebidos pelo Marcelo!
Fomos almoçar juntos e comemos um belo churrasco. Eu fiz uma presepada na saída que culminou com o dono do restaurante indo nos avisar que faltava um de nós pagar a conta.
Desculpem foi mal, ainda estamos devendo pagar o almoço do Marcelo.


O Marcelo Gulbert nos recepcionou em sua casa

Dali o Marcelo nos levou à oficina do Gaúcho doido (como eu também sou posso falar que todo Gaúcho é doido mesmo).  Puxa vida, não sei como agradecer, ele fez os reforços nos suportes e me deixou sem jeito quando não quis cobrar pelo serviço.  Só posso dizer, muito obrigado "patrício".  Depois disto ele foi nos mostrar a família gaúcha, gente de ferro mesmo!


Dois gaúchos

Uma boa solda fixou o suporte para esta e outras viagens


Família Gaúcha !


Ele insistiu em dizer que não era um cavalo, e sim uma éguinha que o gaúcho tinha.
De fato ele mostrou a prova...  É égua mesmo !





Depois fomos à casa do Marcelo, onde encontramos sua adorável mãe que conversou conosco rapidamente, pois estava de saída. O Marcelo gentilmente baixou em nossos GPS os mapas da Argentina, Chile e Peru. Depois ainda nos levou ao seu posto de gasolina "certificado" e rodou alguns km conosco. Nos despedimos e seguimos para Foz.

Fotografados pelo Marcelo, o André e eu rumo a Foz
Observamos muitos militares logo na entrada de Foz, depois pudemos entender que havia sempre dois soldados do exército em cada esquina ou semáforo. O motivo não sabemos, mas eu disse para o André que era devido a nossa passagem por lá.  Quando passamos em frente ao hotel Bourbon, na Av. das Cataratas, vimos que algo muito importante estava acontecendo por ali, continuamos sem saber, mas o exército do Brasil estava todo lá.

Viramos à direita, na rotatória das três fronteiras e por incrível que pareça, o controle brasileiro estava funcionando, também com alguns "graduados" fazendo festa bem perto dali...
Estava uma fila de carros, e nós dois sofrendo com o calor, pois ainda estávamos com toda a roupa de chuva, resolvemos nos adiantar em relação aos carros, fomos lá a frente e pedimos para entrar, quando nos posicionamos lado a lado, desceu o motorista do carro que ficou atrás de nós e foi até o André gritando impropérios em Castelhano. O Argentino (depois vimos placa do carro) não aceitou este negócio de motos passarem à sua frente. Eu sou contra furar fila, aliás odeio quem faz isto, mas naquele caso, todos os demais motoristas foram "solidários" com dois motociclistas carregados de tralhas e derretendo dentro daquelas roupas pretas.

Eu me senti muito mal em relação ao Argentino, sob seu ponto de vista ele tinha razão, porém era visível à todos a nossa situação de precariedade...   Fizemos de conta que não entendemos e fomos adiante.
Depois de liberados, esperamos um pouco e deixamos o Argentino ir embora ainda reclamando.
Observei que no banco de trás havia um senhor de idade e com cara de poucos amigos, deve ser alguma autoridade.  Até brinquei com o André, quando eles chegarem ao posto de fronteira do lado Argentino, vão pedir para a polícia nos prender ou não deixar que entremos na Argentina.

A tradicional foto na ponte que liga o Brasil a Argentina

Felizmente isto não aconteceu, porém desta vez ficamos na fila empurrando as motos. No outro lado, tinha uma Suzuki Freewind cor de laranja e com placa Argentina, o seu piloto nos saudou à distância.
Passaportes carimbados, tudo certo, estacionamos as motos e o André foi fazer câmbio para nós, enquanto eu cuidava das motos. Pesos Argentinos em mãos, a primeira coisa que compramos foram duas garrafas de água bem gelada. Isto já eram por volta das 17:00 h, então lembrei que acabávamos de ganhar uma hora devido ao fuso horário da Argentina, ôba!


Imigração, bandeira Argentina ao fundo














Um calor daqueles né André ?














Eu tinha até feito um mapa em papel, pois estava preocupado com estes primeiros km na Argentina, isto porque em 2009 estivemos em Puerto Iguazú, e como rodamos várias vezes indo e voltando na mesma rotatória, fiquei sem senso de direção daquele local.  Bem, desta vez temos GPS!  Claro que o papel foi desnecessário, é só seguir o rumo da Ruta 12 e logo já estávamos rodando nela, porém agora eu já tinha noção de localização, sabia que à esquerda, estava "toda" a Argentina e à direita (bem próximo) o Rio Paraná e a divisa com o Paraguai. Ok, a Ruta 12 contorna a fronteira, rumamos sempre para o oeste acompanhando o curso do rio.  Continuei lamentando o fato de não cruzarmos o Paraguai, mas todo mundo diz a mesma coisa, exceto o Sérgio (único a passar ileso por lá) que é fácil a polícia de lá "sequestrar" seu veículo, principalmente carros. Ok, então um dia eu vou desde Ciudad del Leste até Assunción, a pé!

Uns 60 km após a fronteira eu comecei a cumprir uma promessa, não estamos em dois nesta viagem e sim em três, temos um mascote. Há algum tempo eu ganhei da Regiane e da Vanda lá na empresa onde trabalhamos, um Dog Alemão, desde então ele virou meu guarda-costas e fica no painel do carro da firma que eu uso. Eu sempre aviso, não mexam aí que o Scooby te pega, todo mundo respeita!   Eu prometi que ele iria na viagem conosco e aqui está a prova!

promessa cumprida

O Sol deu as caras e estava fazendo uma tarde linda, e o calor é claro, estava pegando.
Decidimos que dormiríamos em Posadas, por ser a maior cidade da região, Roque Saenz Peña tornou-se um objetivo impossível para este dia.


O nosso cão de guarda, o Scooby

 No finalzinho do dia cruzamos a ponte sobre o Arroio Guarupa, afluente do rio Paraná, de onde tem-se uma bela vista de Posadas, contudo devido às obras da nova auto pista, não pudemos parar para tirar um foto, que com aquela luz seria uma linda foto, que pena...
Pelo jeito, a ampliação da Ruta 12 neste trecho será grandiosa, a ponte nova me pareceu que terá umas seis pistas!   Se com pista simples os caras já voam, imaginem com uma pista destas, vai virar uma Autobahn Argentina, pensei.


Esta foto, peguei da internet, seria esta vista com por de sol minha foto.
A periferia de Posadas é enorme e sofremos, devido ao calor e ao cansaço com os inúmeros semáforos ao longo da Ruta. Paramos em um posto, abastecemos e descobrimos que hotel mesmo só no centro. Quando chegamos ao centro a coisa piorou, algumas ruas no centro estavam fechadas ao trânsito e o congestionamento nas demais ruas era grande. Meu, quanta gente na rua!  Ficamos rodando meio perdidos até que paramos em frente a um Hotel grande, fui perguntar o preço e eram 232,00 pesos por uma "habitación doble", nos pareceu muito caro.
Como tínhamos conseguido parar as duas motos em frente ao hotel, pois havia um recuo para desembarque, era impossível sequer parar nas ruas, decidimos deixá-las ali mesmo. Começamos a procurar informações à pé, um ia e o outro ficava olhando as motos, quer dizer, não exatamente as motos. A quantidade de lindas Argentinas de mini-saia passando por ali tornava a tarefa menos árdua. Nós de camiseta, com aquela calça preta e botas, nos sentíamos como uns bichos estranhos, pelo menos era deste jeito que nos olhavam as pessoas, porém as motos paradas explicavam tudo. Finalmente o André achou um hotel razoável e lá fomos nós, eu quase arranquei um poste com o alforge direito me espremendo naquele mar de carros.
Depois de muito esperar para que abrissem o portão, conseguimos descarregar as motos, tomamos banho e fomos jantar.  Numa quinta-feira à noite o calçadão estava lotado, bares e restaurantes idem. Êita cidade agitada sô!   Comemos uma pizza regada a cerveja Quilmes, isto lá pelas 23:00 h.
Concluímos que, se um certo nosso amigo estivesse conosco nesta viagem, teríamos perdido ele por aqui, pois ele iria cair na "night"!

Rodamos neste dia 750 km em aprox. 14 horas.  Maringá-PR -> Posadas Arg.
Hotel Continental (confirmar)

4 comentários:

  1. Olá, legal demais esta curtição. Uma aventura pra ninguém botar defeito, né? Gostaria também de participar de algo assim, nunca tive a oportunidade em razão da vida agitada e projetos não concluídos, mas quem sabe um dia. Abraços novo colega guarulhense.

    Marcinha

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  2. Olá Marcinha,

    Obrigado por nos acompanhar. Na realidade a viagem já terminou, estou lentamente postando minhas recordações (antes que elas se percam).
    Este ém blog retrospectivo, meu objetivo é registrar e compartilhar o que vimos e sentimos.

    Infelizmente, temos todos uma vida agitada por aquí, eu estou fazendo um bom esforço para postar tudo. Coseguí até agora, descrever sómente os dois primeiros dias ! Muita coisa virá ainda.

    Abraço

    Ronaldo

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  3. Claudião, que legal !
    eu outro dia também re-li alguns trechos, é bom re-lembrar.
    Abraço !

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