sábado, 18 de dezembro de 2010

Dia 18/12/2010 - Tudo o que derrete, precisa ser consertado...

Nosso plano original era de estarmos neste dia, subindo os Andes, mas acabamos subindo um teleférico.
De Salta até San Antônio de Los Cobres são 180 km, por isto a ideia era de trocarmos o óleo das motos pela manhã e depois seguirmos pra SALC. O Marcelo nos recomendou fazermos um caminho mais longo pelo sul passando por Cachi, uns 350 km.
Segundo vimos nas fotos dele, o lugar é demais, passando por Abra el Acai. Contudo, a idéia de fazermos o caminho mais curto era uma estratégia, caso alguém de nós, os nós dois, "punassemos" na altitude, teríamos tempo para nos recuperar, caso contrário visitaríamos no mesmo dia o viaduto La Polvorilla.

Ah! ia me esquecendo...  a primeira "Quebrada" da viagem é a Quebrada del Toro no nosso roteiro original.   Mas neste dia, quebrados mesmo estávamos nós dois e as motos.

Além do vazamento de óleo na tampa de válvulas, o pisca direito da moto do André derreteu, isto mesmo, os gases do escapamento na travessia do "Infierno", fizeram o pisca derreter!
Agora dá pra começar a ter uma idéia do que é aquilo entre 1 e 6 h da tarde no verão?

Acordamos lá pelas 08:30 h, tomamos um belo café (vale lembrar que só no Brasil é que tem fartura) desde Posadas começou uma rotina, café ou chá, dois pãezinhos pra cada um, uma geléinha e ou, uma manteiguinha e só! Neste hotel, tínhamos o direito a duas torradas e um croassiant...  Ah tinha o luxo de um copo de suco.

O recepcionista do hotel, não o mesmo que nos salvou horas atrás na madrugada, nos indicou um mecânico conhecido seu, nos deu um mapa e a indicação, Moto Cabrera na Av. Jujuy.

Quando fomos retirar as motos da garagem eu fiz uma merd...  esqueci que tinha colocado o cadeado no disco de freio traseiro. No movimento que fiz com moto, a trava bateu bem na conexão da mangueira de freio com a pinça. Resultado, começou a vazar óleo de freio. Eu sou uma besta mesmo, pra que colocar cadeado na moto em uma garagem fechada?

Fechamos a conta e deixamos as bagagens em uma sala anexa à garagem, lá fomos nós sem bagagens, procurar o tal mecânico. Um calor e um trânsito! Tá virando rotina...   Achamos a tal Moto Cabrera, que na realidade é uma loja de peças, porém ao lado tem duas portinhas com motos em manutenção.
Não tinha lugar nem pra estacionar, quando conseguimos, colocando as motos sobre a calçada, fui até uma das oficinas peguntar. Não achei o tal mecânico, na primeira o cara não tava nem aí, então descartamos, na segunda apareceu um mecânico que foi olhar a moto do André. Disse: "fica pronta lá pras 6 da tarde".

Nós nos entre olhamos desanimados, ferrou com nossos planos!  Aí o mecânico explicou, tem que esfriar, remover e colar de novo, esperar secar etc. Nós ficamos tão de cabeça quente que, apesar de ele estar certo, não lhe demos crédito.

O André disse, vamos procurar uma concessionária, tínhamos visto já uma da Honda e outra Yamaha.
Pergunta daqui, pergunta dali, descobrimos que não tem Suzuki na Argentina, só as nossas...

Rodamos muito, paramos em vários lugares, por três vezes passamos numa mesma esquina onde havia uma oficina de motos, só uma portinha, eu não dei crédito, apesar de "alguém me fazer olhar pra lá" sempre que eu passava ali.

Na concessionária da Yamaha, um cara muito legal veio até a rua e nos indicou outro lugar, escreveu em um cartão o nome e uma recomendação, nos disse, "ele resolve".

Achamos o tal lugar, uma grande loja tipo concessionária, entramos pela lateral e paramos no fundo onde tinha um cara com um puta carrão preto, algo como uma BMW X5 ou Pajero Full. Atrás, um reboque com um quadriciclo gigante, zerinho.  Mostrei pro André que o motor do quad era um "Rotax", nunca tínhamos visto um bicho daquele tamanho... estava escrito Maxx.
Um senhor grande, que atendia este "cliente", nos pediu para esperar mas logo veio nos atender, era a pessoa da recomendação, porém, após o mecânico de lá avaliar, ele nos disse, infelizmente fechamos às 14:00 h são 11:00 h, só entrego na segunda.

Explicamos a situação, ele disse que conhecia alguém que só mexia com motos grandes, se ele não resolvesse, ninguém mais. Nos explicou verbalmente como achá-lo, eu sinceramente não entendi o monte de nomes que ele disse como referência.

No local onde indicou, tinha umas lojas de peças de carros, o André começou a entrar e perguntar, até que um senhor disse a ele que nos levaria ao tal lugar, seguimos atrás da sua picape, acho que era uma Hilux.
Adivinhem onde ele parou?    Naquela tal portinha!   Meu anjo da guarda bem que tentou facilitar as coisas, mas eu não ouvi...

O Mecânico, Hugo, um senhor com cara de experiente, subiu na moto do André, ligou e subindo uma rampa, passou através da "portinha" colocando a moto dentro da oficina.
A oficina não era tão pequena como a portinha fazia parecer, além do que, era muito limpa e organizada.
Toma seu tonto, comprando livro pela capa, pensei...

O "diagnóstico" foi o seguinte:
Eu fecho às 14:00 h, deixo ela esfriando e no final da tarde, com a oficina já fechada faço o serviço. Porém temos que deixar a cola secar durante a noite. Amanhã (Domingo) eu volto, ligo a moto e deixo trabalhar uma meia hora pra testar, se nada vazar... Vocês venham aqui por volta das 10:00 h da manhã, estando tudo certo, lhes entrego a moto, 600 pesos!

O André tava puto, xingava o Mineiro (mecânico que revisou nossas motos no Brasil). Enquanto isto, o sócio da oficina, não me lembro seu nome, pegou uma chave estrela, soltou minha conexão do freio e re-apertou, pisou no freio várias vezes, ok a minha tava resolvida.
Como a oficina (lá dentro) e o mecânico inspiravam confiança, o André decidiu pagar. Na oficina tinha uma CBX-750F 1977 restaurada, uma verdadeira jóia, e era do Hugo.

Decidimos então, ir comprar o pisca pra substituir o que derreteu e fazermos câmbio, era sábado e o André precisava de 600 pesos a mais.

Fomos os dois, na minha moto até a Cabrera moto peças, como o André sumiu lá dentro e não voltava, eu ia derreter ao sol, resolvi colocar minha moto na calçada do outro lado, onde havia sombra. Era uma loja de venda de motos, como ninguém deu bola pra mim, coloquei minha moto ao lado das que estavam na calçada pra vender, bem alinhadinha com elas, assim ninguém podia me multar!

Entrei na Moto Cabrera e fiquei de olho pra ver se ninguém comprava minha moto.
Lá dentro uma puta fila, com senha e tudo, vi que tinha óleo Motul 3000, beleza, tá garantida minha troca, então deixo os dois litros da bagagem para o Peru. O André comprou dois piscas completos de Falcon, Honda é Honda... Yamaha é Yamaha... rsrsrs   Mas Suzuki que é Suzuki, aqui não tem!

Voltamos a oficina onde, enquanto o Hugo trocava os piscas, seu sócio trocava o óleo da minha moto, 30 pesos.

Ok, 600 pesos, mas vai ficar boa!

Sr. Hugo, trabalhando na moto do André.

Isto é o bloco de uma Kawasaki 6 cilindros !

Esqueci de dizer que, antes de me despedir do senhor que nos levou até a oficina, batemos o maior papo.
Duas coisas importantes que ele disse, em San Antônio de Los cobres, caso vocês não achem vaga para dormir, procurem o quartel da Gendarmeria, pegou um papel e escreveu seu nome, Alejandro Cabaldo.  Mostrem este papel a eles e vocês poderão dormir lá, vão lhes cobrar uns 5 pesos pelo alojamento. Eles me conhecem bem (acho que ele já foi militar). Outra coisa, na primeira noite na altitude, seu coração vai disparar na hora em que você deitar, ele vem na boca, é normal...

Então, eu e André fomos na minha moto procurar local para Câmbio, fácil achamos a Plaza 9 de Julio, conforme nos indicaram. Só que na praça é proibido parar e estacionar, mesmo assim parei e perguntei a um guarda, ele disse, é do outro lado, se forem rápidos até podem parar a moto ali, agradeci e fui mais adiante, onde uma guarda de farda azul explicou que dava para parar indo por uma rua ao lado, mas tinha que dar a volta. Mais uma vez agradecemos, com este calor e trânsito dar volta pra nos perdermos?

 Descemos da moto e fomos empurrando pela lateral da praça!
Conseguí estacionar na rua que ela indicou, ao lado da catedral de Salta.  Fomos fazer câmbio, ar-condicionado que beleza.
Fomos muito bem atendidos, porém descobrimos que para trocarmos por pesos Chilenos, só em dias de semana, sábado não... Nos disseram que em San Antônio, provavelmente conseguiríamos (isto acabou virando um problema mais tarde).

Quando saímos da casa de Câmbio, queríamos beber algo, a praça é grande, tem bares e restaurantes com mesas na calçada, um lugar convidativo. Eu disse pro André, vamos cair fora daqui logo, tem muita gente aí e alguém deve ficar "filmando" quem sai do cambio, que pena né...

Fomos então para o Hotel. Podemos ficar mais um dia?  Claro que sim!  (pagando né).
Voltamos toda a bagagem para o mesmo quarto, deixamos a grana lá, eu deixei a Suzi na calçada em frente ao hotel, porém sem trava agora.

Fomos a pé procurar um restaurante, sob os protestos do André, que queria andar mais na garupa da Suzi.  Saí fora meu!  Finalmente almoçamos no El Rey del Bife, na mesma avenida do hotel , lugar simples mas com boa comida, 40 pesos.

El Rey del Bife


Depois disto, acho que tomei um banho de piscina e fomos visitar o Serro San Bernardo, via teleférico.
O teleférico "quase" passa em cima do hotel, pega-se o mesmo do outro lado da avenida em frente ao hotel.
Na volta só descansamos, jantamos no hotel, se a moto ficar pronta subimos os Andes amanhã mesmo.


Ele está com o humor melhor né ?  Depois de ficar muito nervoso...

Já que não vamos subir os Andes hoje...

Hotel Petit, visto do teleférico.

Se não subo um morro hoje não vou conseguir dormir.

Salta vista do Serro San Bernardo

Relax no final da tarde


Motopeças Moto Cabrera.
Av. jujuy, 650 - Salta - Arg.

H.M.D. Service de Motos.
Bº Limache - etapa 10 - Mnza. I - Casa 4 - Salta Arg.

DINAR Cambio.
Mitre 101, Salta Arg.

El Rey del Bife.
Av. Hipolito Yrigoyen, 60 - Salta - Arg.

Um comentário:

  1. Andre nervoso c Mineiro? Ahh relaxa, ele aprontou c vc tbm Ronaldão... e pasmem, comigo tbm, minha Suzi ta na oficina, sai amanha... depois eu conto pessoalmente.

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